
Aqui é Simone Ferro e hoje eu tenho o grande prazer de entrevistar Ialorixá Jô Brandão de Nanã. Ela é promotora cultural e audiovisual na área de cinema, gestora pública e ativista, onde luta pelos direitos humanos, contra o racismo e pelo fortalecimento de povos e comunidades tradicionais, mais especificamente dos povos tradicionais de terreiro.
Nascida em 1968, na comunidade de Salobo, num quilombo no interior do município de Bacabal, no Maranhão, comunidade essa que foi extinta em 1974. Aos 13 anos, ela começou a sua longa jornada de militância e defesa dos direitos humanos através da Igreja Católica, na Teologia da Liberação, sempre voltada às Comunidades Eclesiásticas de Base. Sempre estudando, foi através da sua atuação com a Igreja Católica que começou a formação política, se afiliando ao Partido dos Trabalhadores. Há 18 anos, Jô Brandão pratica o Candomblé e como Ialorixá está à frente do Coletivo Dan Eji, que promove o fortalecimento das tradições culturais de Matriz Africana e Afro-brasileiras visando a proteção e a valorização de bens culturais da diáspora africana. Este tem uma atuação contra o racismo religioso, principalmente contra as mulheres, e tem atuação na preservação do meio ambiente e acesso à justiça dos povos tradicionais de Terreiro, com ênfase nas mulheres, e realiza o acompanhamento de políticas públicas de enfrentamento ao racismo. Jô Brandão é membro do Fórum Estadual de Mulheres de Axé, da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde e umas das coordenadoras do Comitê Afro-Religioso do Combate ao Covid no Maranhão. Foi gestora de programas e projetos no Ministério da Cultura por seis anos em Brasília, na gestão do PT. Foi assessora da Coordenação Nacional de Quilombos por muitos anos, onde coordenava projetos voltados para crianças quilombolas, e membro da Comissão Nacional de Povos e Comunidades Tradicionais por dois mandatos. Hoje, Jô Brandão é Assessora Especial da Secretaria de Educação, na Escola de Cinema do Instituto de Educação do Maranhão (IEMA), em São Luiz, e continua na sua trajetória de luta para o fortalecimento de povos e comunidades tradicionais.
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