
Aqui é Simone Ferro e hoje eu tenho o grande prazer de entrevistar a ativista, líder comunitária, escritora, cantora, guardiã e defensora dos direitos indígenas, Cintia Tenetehára, mais conhecida como Cintia Guajajara.
Nascida de uma união entre a cultura indígena e a do homem branco, na Aldeia Lagoa Quieta, localizada na Terra Indígena Arariboia, na região sul do Maranhão, Cintia cresceu em uma família de liderança, sempre tendo uma relação íntima com a Mãe Terra. Estudou em Campo Formoso, indo para a cidade grande muito cedo. A partir de 1992, começou a ensinar a língua indígena na aldeia a pedido do seu Pajé.
Cintia é formada em Ciência da Educação pela Universidade Federal de Goiás, e é a primeira mulher mestre em linguística Guajajara, observando uma pedagogia progressista ensinando o método Freiriano. O estudo e a imersão no meio acadêmico ampliou a importância da sua reivindicação das identidades étnicas.
Em sua longa jornada como ativista, ela abraça a causa das mulheres indígenas visando o seu empoderamento e autonomia e incluindo sua participação na politica. Foi candidata à vereadora de Amarante do Maranhão, quando levantou discussões em torno das espiritualidades indígenas relacionando-as a saúde e cura desses povos, além de reconhecer a importância das questões relacionadas ao meio ambiente.
Cintia articulou a criação da AMIMA (Articulação das Mulheres Indígenas do Maranhão), onde hoje é Vice Coordenadora, e é presidente do conselho da UMIAB (União das Mulheres Indígenas da Amazonia Brasileira).
Ela luta pelo movimento indígena, memória dos seus antepassados, e sua força espiritual auxilia na luta contra o racismo e o preconceito. Cintia acredita no protagonismo das mulheres nos movimentos sociais. Ela é prima de Sonia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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